segunda-feira, novembro 07, 2005

Senti

Senti uma culpa doer
como se vivesse sozinha
isolada do meu coração
sem sonhos, sem comer
morta de mim, com sede de viver.

Parti o meu espírito
e em pedaços joguei-os no mar
vi sonhos flutuando
desejos se afogando
e uma alegria, agora só e triste...


Eu serei quem não existe?
Adeus então a mim...
Amiga, companheira sem vida
sonhadora fracassada
navegante em si própria naufragada.

Sinto uma culpa presente
de algo que não fiz,
de algo que me dói e se sente
no sorriso triste que te dou
porque para ti ele não mente!

Caty

...

Apetece-me sair de mim
das lágrimas que caem
andar à chuva para me molhar
andar ao escuro para estar perdida
realmente com medo de tudo
com razões para morrer
com certeza que poderia acontecer!
Desiludir a lua prateada.
Iludir o sol, dizer que fui amada.
Correr uma praia inteira
e no fim cair despida,
deixar a noite me encontrar...
Começar subindo na madrugada,
acabar descendo na alvorada...
Apetece-me entrar em mim
nas lágrimas que engulo
percorrer as partes sorridentes
dos momentos felizes, passados,
dos instantes secos e molhados.
Andar perdida comigo
e realmente abraçar-me por dentro
com vontade de me acarinhar;
iludir-me dum sentimento
que queria chegado e não pedido
correr até o fim do meu corpo
e quando lá chegasse parar sorrindo
e descobrir que estava triste
mas tudo era sonho...Estava só dormindo!


Caty

Eu consigo ver o teu olhar
aí, onde o queres esconder
atrás desse teu ser afável
que me quer longe agora
onde me sinto desprezável...
Consigo ver-te e sentir-te
perceber que me perdi
dentro do que achei que vi
mas continua flutuando
continua visível...
E eu continuo te amando
vendo a distância crescer
vendo longe de ti o amanhecer
e as luas que vou derreter
para conseguir pratear-me;
tentando no teu olhar encontrar-me...
Caty

sábado, outubro 29, 2005


Por ti eu fui capaz...
De caminhar largada do medo
agarrada a uma esperança
a uma alegria de papel
uma felicidade rascunhada
encontrada nos meus encantos
de pessoa sozinha...inventada
pela força dum desejo
agarrada a uma certeza
a uma pessoa que já não vejo
um alguém fantasiado
encontrado nos meus recantos...


Cathy

sexta-feira, outubro 28, 2005

Quem me vê?

Há quem sorria sem alegria
Quando há noite no olhar
e os abraços não existem
nem há estrelas nem luar.
E os rios nascem e secam
e as aves vão e veêm
e o meu sorriso permanece
imóvel e frio
um sorriso que não aquece...
um sorriso que ninguém viu!


Cathy

terça-feira, outubro 11, 2005

Como Seria?

O que farias se me olhasses,
do lado de dentro do que sou
palavra por palavra
daquilo que me constroi
que me ergue e me sustenta?

Como verias o meu olhar
se o visses por dentro dos meus olhos
e visses o que vejo também
quando chove ou faz sol
quando a água vai e quando vem?

Como seria o teu sorriso
se por dentro do meu peito
o teu peito conseguisses sentir
a alegria ou tristeza que sinto
quando a vejo chegar ou partir?

Como seria eu se soubesse
tudo o que se passa em ti
e o teu olhar um dia visse
tudo o que se passa em mim?

Cathy

quarta-feira, outubro 05, 2005

Momentos magoados


Deitei a cabeça sobre o mar
E desisti de ti
Desisti de te procurar
Procurar “alguém impossível”
Que se chama e não vem…
Que se tem mas que foge
Que se ama mas parece invisível
E paredes de aço quando chove
E tectos de vidro que não parte
Porque o meu mundo cai
Volta e meia fica devastado
E o teu tecto se mantém envidraçado…
E as janelas que estão abertas
Tem espinhos na vidraça
E eu entro desesperada
E lá dentro sangro amordaçada
Num grito sem voz
Que engulo com água salgada
Que cai no meio de nós
Mas só eu fico molhada…



Cathy

segunda-feira, outubro 03, 2005

Inutilidades

Escrevo para nada e para ninguém
Um prazer que eu tenho e que alguém
Por nada, além do prazer, vai ler…
Vai molhar a boca nestas palavras
Inúteis para comer, mas vivas para o olhar
Capaz de saborear e recriar o sabor
Já que olhos não comem
Mas sentem o comer
Já que olho não saboreia
Mas lê o que a alma semeia…



Cathy



Tu que vives de mim
Alimentado pela minha paixão
Que acolhi sofregamente
Por dentro do meu coração
Como se não tivesse mais tempo
E o fim te pudesse levar
Apagando a vela consumida
Duma certeza ainda por achar…

Tu que não tens nome
Mas todos sabem quando existes
Umas vezes maior ou menor
Umas vezes feliz outras triste
Mas sempre único
E verdadeiro enquanto persiste…

Tu és a minha vida
Mesmo que a tua dependa de mim
E vives num beco sem saída
Procurando o inicio em cada fim
Umas vezes ganhas a batalha
Outras ficas despedaçado
Procurando pedaços espalhados
Em mim ou em qualquer lado…

Porque é assim a nossa vida…

Tu correndo dentro de mim
Crescendo, daquilo que me sustenta
Eu vivendo por ti
Correndo atrás do que me alimenta…

Porque a vida é assim…


Cathy

terça-feira, julho 19, 2005

Estou


Estou como uma ave caída
num solo desconhecido, além...
onde não se vê ninguém
onde apenas existe vazio
e frio dum inverno
que nesse lugar ninguém tem.


Presa às asas pesadas
de papel, molhado e salgado
das lágrimas que ainda são
caídas e enterradas
num peito por mim descrito
num grito de solidão.


E continuo sem rumo
como quem vagueia sem saber
que partiu sem destino
e continua trilhando esse caminho...
Desenhado com cinzas de alegria
duma felicidade espalhada pelo chão.



Cathy

quinta-feira, julho 14, 2005

Com Medo

É como um segredo
Que se tem escondido lá dentro
e toda a genta cá fora
consegue ver o seu perfil sombrio
daquela neblina revoltante
que aparece numa manhã de verão
quando se queria sol ardente
e ao invés disso temos solidão.

É desesperante essa ansiedade
de querer andar e continuar ali
sem se mover de sitio
sem conseguir andar para a frente
como se o corpo estivesse doente
e a cura nunca mais tivesse fim...

É como uma ferida
que magóa o próprio pensar
é assim o medo...
medo de parar e de caminhar.
Mas é inutil como chorar
porque se mantém vivo
crivado no rosto e na pele
procurando ansioso asas de papel
fáceis de cortar, queimar...
mas são molhadas que ficam
essas asas que não sabem voar.
Cathy

quarta-feira, julho 13, 2005

Medo Desassossegado


Abre-se a porta da frente
e corre-se sem saber se vem gente;
como se o mundo fosse entrar
corendo por aquele lugar pequeno
cheio de mim, vazio de ti...

Abre-se a janela que existe
e foge-se sem saber para onde
ou porquê deixar entrar o ar
só sei que é a corrida que conta
até chegar onde toda a gente se esconde...

E então pára-se de correr
e para trás ficou a vida
e a grande e completa vontade de viver.
Vontade que não passou disso
dum desejo tão forte e desassossegado
agora sem medo de ser libertado...

Cathy

segunda-feira, julho 11, 2005

A Minha Paixão


É uma volúpia encarnada
no corpo duma pessoa
que se veste de amor pela alvorada
e desce o meu caminho
silêncioso, como sereno na estrada;
e encontra-se comigo
durante o fogo posto, até ser madrugada;
e beija o meu corpo no meu rosto
como se eu fosse flor desabruchada,
que teve a ventura dessa volúpia
do meu corpo nessa pessoa amada.

Cathy

sexta-feira, julho 08, 2005

Há Dias Assim


Tem dias assim...
tristes e melancolicos...enfim;
dias sem sol e sem chuva
dias de ti e de mim...
onde os meus dedos dançam
ao sabor de uma canção;
duma metáfora que me vive
onde eu sou o seu refrão...
E a tristeza é insuflável.
Chega mesmo a ser insuportável
e enche as minhas noites
distruindo os meus dias;
faz crescer aquele mar
caindo do deserto do meu olhar
como se um oasis existisse
e eu, agora, não fosse triste...

Cathy

domingo, junho 19, 2005

Com Tudo...Sem Nada


Estou escrevendo sem pensar
Sem nada para dizer
Com tudo, mesmo tudo para aprender
E peço-vos atenção meus amigos
Para vos "fotografar" o coração...
Preciso de dados variados
Questões resolvidas em Vós
Que me ajude a correr estradas
E conseguir amanhã ser...Nós!
Estou de coração livre...
Esperando uma folha vazia
Que aceite tinta vermelha
A única que me preenchia...
Porque é amor e é quente
Porque é forte e "indecente"
Porque luta para ser gente
Quando rejeitada por ser vibrante
Uma flor de fogo, cor escaldante...
Estou pensando sem escrever
Com tudo para vos dizer
Sem nada, mesmo nada para ensinar
E peço-vos atenção meus amigos:
- Um abraço, pois o poema vai terminar.


Cathy

quinta-feira, maio 26, 2005

Nunca é Tarde

Nunca é tarde para aprender
Que perder é mais que ausência
Do que se tinha e hoje não
Do que havia e hoje eu queria
Fazer de conta que não foi em vão
Aprender... a perder
O que se continua tendo
Aos olhos que me ardem
Como bichos me comendo
As partes soltas do coração
Despedaçado pela rua fria
Espezinhado deixado no chão
Dum lugar que não existia...




Cathy

terça-feira, maio 24, 2005

Apenas Nada



As pedras da rua ouviram
Quando o sol nasceu no dia
e a noite o fez apenas fantasia
De brilhar, de ser luz
De aquecer, de ser alegria
De ser gente que me ouvia...
Apena nada; apenas nada
Buraco colorido enganador
nascendo ao sabor do meu sorriso
crescente pelo teu inexistente...
Apenas nada foi o que ganhei
por querer sol no teu dia de chuva
e consegui ter chuva...
no meu pequeno dia de sol;
Onde encontrei o meu olhar
salgado, que não queria molhado
doce, que ficou por ser deixado
vermelho, por arder no calor
sozinho, porque é assim na dor...

Cathy

domingo, maio 01, 2005

Minha Cidade...Funchal

Funchal…minha cidade
Esse corpo despido pelo sol da manhã
Vestido pelo luar e o céu estrelado
Que vem sentar-se à tua cabeceira
E docemente segreda-te um fado…

Cidade que me fascina
Bocado de terra assassina
Que persegue a tristeza em cada esquina
E com um raio de luz intensa
Faz nascer um sorriso pela sua presença.

Funchal tu és beleza
Com um rosto de amizade
De braços abertos ao mundo
No horizonte que passa ao fundo…
E quando choras de alegria
Tuas lágrimas são de fantasia
E brilham como as estrelas
Fazendo a noite ser um novo dia.

Funchal, os teus cabelos são macios
E quando passeio por ti
Dos teus recantos nascem rios…
Caminham sorrindo sem ter fim
Esses rios vagabundos em mim
Momentos infindáveis criados em ti…
És tu que me viu nascer
És a cidade que quero ver crescer
Enquanto te percorro, crescendo
E te vejo ser eterna enquanto me vês morrendo…

Madeira…Terra do meu coração
Funchal…Cidade minha até à exaustão
Que pinto nos meus sorrisos
Que relembro nos tempos sem verão
Que me assaltam de saudade;
Saudade de um dia te perder,
Te perder de vista minha cidade…


Cathy

sexta-feira, abril 22, 2005

Quis

Quis abraçar-te
Mas longe demais voaste
Vento, lento em desalento
Procurando nesse voo
A liberdade do momento
Encontrando nesse tempo
A verdade do sentimento…
Quis dizer-te
Como um mendigo
- Obrigada senhor vento,
Por passar e falar comigo…
Dizendo palavras que vão
Mas existiram ali
E existirão para lá do fim
Quando outros ventos passarem
E noutros corpos tocarem
Falando consigo de si mesmo
Até serem frio e nos gelarem
Como eu gelo aqui agora
Petrificada aqui fora
Agarrada a este abraço
Que me cerca na demora
De ser mendigo nesta hora
Voando como vento que chora
Uma canção da tua cor
Para acalmar o tempo
E faze-lo ser mais amor.



Cathy

quinta-feira, abril 21, 2005

A Volta da Mulher Morena

Meus amigos, meus irmãos, cegai os olhos da mulher morena
Que os olhos da mulher morena estão me envolvendo
E estão me despertando de noite.
Meus amigos, meus irmãos, cortai os lábios da mulher morena
Eles são maduros e úmidos e inquietos
E sabem tirar a volúpia de todos os frios.
Meus amigos, meus irmãos, e vós que amais a poesia da minha alma
Cortai os peitos da mulher morena
Que os peitos da mulher morena sufocam o meu sono
E trazem cores tristes para os meus olhos.
Jovem camponesa que me namoras quando eu passo nas tardes
Traze-me para o contato casto de tuas vestes
Salva-me dos braços da mulher morena
Eles são lassos, ficam estendidos imóveis ao longo de mim
São como raízes recendendo resina fresca
São como dois silêncios que me paralisam.
Aventureira do Rio da Vida, compra o meu corpo da mulher morena
Livra-me do seu ventre como a campina matinal
Livra-me do seu dorso como a água escorrendo fria.
Branca avozinha dos caminhos, reza para ir embora a mulher morena
Reza para murcharem as pernas da mulher morena
Reza para a velhice roer dentro da mulher morena
Que a mulher morena está encurvando os meus ombros
E está trazendo tosse má para o meu peito.
Meus amigos, meus irmãos, e vós todos que guardais ainda meus [últimos cantos
Dai morte cruel à mulher morena!

Vinicius de Moraes

sexta-feira, abril 08, 2005

Como Seria a Vida?

Seria como o Inverno...
Quando a noite corta
E o frio entra pela porta
Fazendo gelar qualquer inferno!



Seria assim o caminho
Sem luz, sem calor...
Sem certeza, sem beleza...
Seria assim a vida sem amor.
Seria como o Outono
Com folhas a cair
Das árvores outrora no trono
Imperiais no modo de sorrir.
Seria assim o momento
Sem vontade, sem liberdade,
Sem rumo, sem fervor...
Seria assim a vida sem amor.



Seria o mundo sem Primavera
Quando não há flores coloridas
E o vento roda a esfera
Até sermos corpos sumidos...
Seria como te matar
Sem sequer te poder tocar
Seria escavar no peito uma ferida
Que viveria sempre a sangrar.
Seria assim a dor
Enorme e sem medida
Aquela que chora por amor
Se ele não exitisse na vida.
Cathy

terça-feira, abril 05, 2005

Dialogando em Monólogo

Detesto ver o tempo assim;
Desta cor que vem de dentro...
Uma cor que sai de mim
Quando se procura-se no centro,
Duma rua sem fim,
Uma coisa que não existe
Mas que na mente insiste:
- Parece chamar por ti!
.
E eu só quero desaparecer.
Subir as rochas espinhosas
Que me fazem hoje percorrer
Um campo de rosas montanhosas.

Entristece-me profundamente...
Não conseguir sair daqui
Deste caminho apertado
Que parece igualmente sem fim
Cada vez que ando descontrolado
Procurando dentro de ti
O que não encontro desta lado...
- Coração... Estás magoado?

Após esta pergunta, manteve-se calado...
Portanto: - Parece-me que sim!


Cathy

domingo, abril 03, 2005

Segredando Comigo Mesma...

Vou contar-te um segredo
Meu e do meu peito
Que vive hoje sem medo
Do mistério do teu…defeito
Que encontrei naquele dia
Quando a saudade sorria
E tu choravas sem leito
Porque querias o sol
E nada podia ser feito...

E julguei seres uma estrela
Caída daquele céu imenso
Plantado naquele céu perdido
No meu olhar apenas esquecido...


Abracei-te em segredo e quis...
Mais um abraço e um beijo
Dessa boca que me diz
Hoje e sempre o que não vejo
E que quero e queres por desejo
De sermos mais que o tempo
E que por ele eu rastejo
Sem acreditar que possa perder
Esse sorriso lindo...lindo ao nascer.

E julguei que era segredo
Este poema e este meu pensar
Que afinal não é mais que medo
Que no mistério ele possa acabar.

Por isso aqui desvendo-o
Para que seja lido e entendido
Como a única coisa colorida
Desde segredo que hoje é vida...


Cathy

Quem Disse Que é Assim?

Quem disse que das nuvens
Que são fofas e brancas
Apenas no céu colocadas
Ou que são frias e cinzentas
Apenas de chuva carregadas?
E que o vento as leva
No céu que as transporta
E que as beija constantemente
Num abraço bem quente...?

Quem disse que é assim
Que os dias são rosas
Com os espinhos afiados
Nos nossos passos esmagados?
E que perfumam o ar
Muito mais que o luar
Duma noite romântica
Que pode sempre acabar
Como um espinho a sangrar?

Quem disse que é assim?
Quem disse de ti e de mim
Que um apenas poderíamos ser
E que dessa forma não havia fim?

Ninguém…Apenas eu que me iludi!


Cathy

sábado, abril 02, 2005

Deixa-me Pintar-te

Deixa-me pintar o teu olhar,
Nesta folha que tronsformo
Como se fosse um pequeno mar
Revolto e ameno
Onde se pode ir sem naufragar...
E criar a cor do teu cabelo
Nos meus olhos que te querem;
Nos meus dedos que te desenham
Os traços desse corpo vadio
Que no meu esquece o frio...
Deixa-me abrir um jardim
Plantando sorrisos amanhecidos
Nos abraços do teu corpo no meu
Nos beijos que a tua boca me deu;
E regá-lo todos os dias
Com a força dos teus passos
Com a certeza com que tu me guias
E me preenches os espaços...
vazios de sol, vazios de chuva;
Cheios de tudo e de nada...
De sol que ofusca a verdade
De chuva que impede a visibilidade;
Que tem tudo o que preciso
E nada do que mata o meu sorriso.
Deixa-me apenas ser tua...
Nesta tela inacabada
Que pinta uma pele morena
Noutra pele, estranhamente manchada,
Pela beleza dos teus espaços
Que compõe todos os meus poemas
Feitos apenas dos teus "pedaços"...
Cathy
(Feito pensando em ti Luis... Inspiras-me mais que qualquer sol brilhante, mais que qualquer céu estrelado...Só preciso ter-te meu...comigo..do meu lado...Amo-te)

Partilha Sombreada da Amizade

Amiga...
Eu ouvi que estavas chorando, quando o céu é azul e existe um sol te procurando. Ouvi que estavas de cor cinzenta quando a lua subiu no céu que a sustenta e lhe dá fundo, à claridade que ela nos dá... Com amizade.
Senti então que tinha chegado aquele tempo... sem data, sem definição... apenas aquele tempo perdido que magoa o coração. E estava magoando o teu, que sombreado pela noite, se esquece de estender a mão...
Mas não deixes... Não faças dessa noite um eterno dia sem cor, que navegue por ti completamente, procurando levar-te ao fundo de toda essa dor... massacrando o teu peito profundo, que eu sei, carregado de amor...
Amiga...
Não deixes que o inverno permaneça na altura de verão... deixa pelo menos que esta página que é minha te aqueça e te ajude a levantar... faz dela a minha mão.
Partilha o teu olhar pesado pela tristeza de não ver chegar... a alegria que não consegues encontrar...Comigo, que na sombra também procuro, a melhor forma de te ajudar.
Vem... com a maré e deixa-te cair na praia, onde se encontra sorrisos e lágrimas perdidas e que no meio das rochas podemos deixá-las escondidas, para que sirvam de trampolim a todas as tuas subidas.
Não tenhas medo de cair que o mar te ampára e quando a maré não existir...a tristeza já não viverá na tua cara....
É dificil ajudar, partilhando uma amizade que se apresenta sombreada pela depressão que assolou os teus braços que não se querem abrir, que tomou conta dos teus passos que não querem dela sair... Mas que eu acredito, porque sou tua amiga... Tu vais conseguir.




(Este texto, foi escrito para uma amiga...antiga colega de curso...Hoje vivemos a amizade muito mais por palavras e apoio, do que por partilha de trabalhos estipulados e encontros obrigatóriamente marcados...Vivemos melhor o que ficou dessa altura, porque hoje...a amizade ainda perdura.)


P.S: É para ti Marisa... Eu prometi e escrevi para que saibas que mesmo triste, existe sempre um cantinho para ti... Porque a amizade existe e constroi--se de pequenos gestos...Ainda que passe dias a fio sem que consigamos tempo para falar...o tempo não acaba, e hoje tive tempo para te dedicar estas palavras que te querem..."levantar"... Beijinhos.



Cathy

terça-feira, março 29, 2005

Retalhos

Peguei nos restos que havia
Dos sorrisos que a maré trazia;
Sem dizer nada a ninguém…
Onde colocava os que recolhia
E para que fim eu os queria;
Apenas que no mar buscava
Sorrisos molhados de maresia
Retalhos que a alma coleccionava.

Buscava não apenas sorrisos
Deixados na praia depois deixada
Mas pedaços de alma adormecida
Retalhos cosidos com a vida…

Peguei nesses bocados pequenos
Molhados, pingando nos dedos
Tesouros que tinham medos…
Aos poucos juntei uns e outros…
Fazendo o que fazem os loucos,
Dando vida com uma linha
Aos diferentes retalhos tortos,
Pensando ressuscita-los dos mortos.


E eram apenas retalhos…
Pequenos pedaços abandonados
Que foram vida mas deixados…
Retalhos…chocalhos de tristeza…
Não voltariam à vida de certeza.

Então segurei com o peito
Todos os retalhos coleccionados
E tristemente descosi a linha
Que os mantinha amarrados…
Andei na direcção da praia
E larguei-os como os agarrei
Com a mesma esperança
Que um dia de mim lhes dei…

Espero sejam apanhados por alguém
Que os queira e consiga coser...
Dando-lhes a vida que eu não tinha
Para conseguir faze-los...renascer.

Cathy

segunda-feira, março 28, 2005

"O Tempo"...Duma Amiga.

O tempo
Vejo passar o mundo pela janela
vivo sonhos de amor adormecidos
pedaços de mim própria,mutilados
minhas auroras mortas,amarelas
Sou a alma de um corpo solitário
sorrisos sem graça, luzes apagadas
ando sem rumo sempre triste e calada
meus lábios amargurados, sinto o frio
Sou viajante de sonhos vividos
paixões desilusões vivo com elas
salto o abismo de tempos perdidos
Nada me pertence,estou cansada
enlouquecida pela vida,choro e rio
Amanhã talvez seja amada...
---Singularidade---
P.S: Isa...Gostei muito do poema e decidi coloca-lo no meu blog...Beijinhos...
(visitem o blog...tem coisas muito bonitas)
Cathy

Vale a Pena Perguntar?

Quantas vezes, esperaste pela noite, na esperança de ver alguma estrela? E na hora em que tudo entardeceu, escurecendo até os candeeiros da rua, olhaste com desalento para o céu…pois estava turvo, e o mar de estrelas não apareceu?
Quantas vezes procuraste, nos lábios de alguém, aquele sorriso perdido que às vezes ele tem, e que precisavas tanto ver nascer e nesse momento, os teus olhos foram fontes, correndo neles a água do mar, porque nenhum sorriso viu brilhar…? Nem uma palavra chegou ao teu ouvido, quando tudo era dia, noite…vazio acrescido, pela ausência dum gesto…simples e complexo…dado e nunca pedido!
Imagino, que tal como eu, a tua alegria é reduzida, quando…tantas vezes dormes na esperança de sonhar, seja lá com o que for…porque é Sonho, seja como for e ao invés disso, acordas no meio do pesadelo, que é ser triste e sabê-lo…
Quantas vezes, diz lá, ficaste sem dizer nada, porque te viste no lugar de sombra, que é sempre ignorada…que existe, porque a luz está presente e alguma coisa se mantém à nossa frente…? E quantas mais ireis ficar?... Na sombra do teu lugar?
Assim a vida só morre…Todos os dias, escorre, carregando na direcção de nada, o que acumulou na “sombra imaculada”, duma alma…abandonada…
Quantas vezes, tu…Pessoa sem nome, cara sem sobrenome; corpo sem alma, alma sem calma…Quantas vezes achaste que tudo ia mudar e depois…na ansiedade de lá chegar, apenas caminhaste desiludida para o “fim” inexistente dessa “vida”?
Conta-nos ao ouvido, quantas vezes choraste sem dizer nada e seguiste mais um atalho da tua estrada, procurando o primeiro abrigo... porque temias o perigo? E nessas vezes, quantas dessas lágrimas foram por palavras que nunca chegaram? E mãos que nunca te tocaram» E gestos que jamais te encontraram?...
Hoje… Na surpresa de não ter conseguido mudar nada… na desilusão angustiada que me abraçou… apaguei a luz daquela estrada… Prefiro ir à deriva, que viver escrava da tristeza que me criva na sombra de mim mesma, pedaços de noite sem luar; bocados de praias sem mar… retalhos de vida no ar… daqueles que usam o mundo e nunca terão um lugar…
Quantas vezes ficaste assim…na sombra?

Cathy

quinta-feira, março 24, 2005

Coisas que fui lendo...

"(...)Entrou numa espécie de euforia, como se a morte a libertasse do medo de morrer. Pronto, estava tudo acabado! Talvez Sentisse alguma dor, mas o que eram cinco minutos de agonia, em troca de uma eternidade de silêncio?(...)"

"(...)Entretanto, há coisas na vida que não importa de que lado as observemos, continuam sempre as mesmas - e valem para toda a gente. Como o amor por exemplo.(...)"

"Seja como a fonte que transborda e não como o tanque, que contém sempre a mesma água."
in: Veronika decide morrer
Paulo Coelho
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"Só então é que percebi que a única vida que vale a pena viver é aquela em que não há nenhum limite. Tem de se abrir a porta e deitar fora os travões, os sentimentos de culpa."

"Havia em mim uma inquietação totalmente nova. Ainda não sabia que o amor não é uma fita de cetim que nos enfeita os pulsos, mas uma corrente que os corta."

"O amor é entregarmo-nos ao outro sem qualquer possibilidade de nos defendermos."

"Como pude ser tão ingénua? O mal tem muitas faces e introduz-se em todo o lado com uma habilidade mimética. Parece que morre, mas renasce sempre."

"O amor que não se recebe é aquele que mais se deseja."

"O ódio é o único sentimento que não se evapora com o tempo."
in: Responde-me
Susanna Tamaro
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Achei ambos os livros muito interessantes, com mensagens marcantes! Acabei por ficar com pequenas partes desses livros que tanto gostei de ler e sentir suas palavras e quis partilhar com todos os que também tiverem curiosidade em ler comigo as coisas que eu acho importantes de saber e pensar sobre elas!
Palavras...É no meio das palavras que lemos no silêncio de alguns momentos, que as vezes descobrimos respostas que já possuíamos e que...por algum motivo teimavam em se manter na escuridão do nosso inconsciente! Mas que eu...sempre que puder e me for possível, tentarei mostrar que estão vais perto do que imaginamos e tanto quanto puder darei a conhecer o meu pensamento na esperança de poder ajudar quem se acha perdido!
Li em algum lugar que: "Conversar com uma pessoa é tocá-la com a voz."; julgo eu que se trata dum provérbio chinês, mas independentemente da sua origem, a verdade é que o meu objectivo é este mesmo...tocar-vos com a minha voz, ainda que aqui pareça estar em silêncio, a verdade é que tudo o que escrevo, fará eco nas mentes e quem sabe, nos corações de quem sentir as palavras como a voz de alguém que desta forma conversa com todos vós...esse alguém sou eu...
Cathy

(...)Momentos(...)

Tantos são so momentos meus;
de sentimentos contundentes
em que me debato alienada!
Pareço retirada, da realidade
dum solilóquio em antestreia
onde tudo é só nervos e tremor;
e se perde os sentimentos de pudor
e se volta a ser criança até no amor!

Momentos meus, meu cariz.
De face pálida ou corada
como algo inopinado
que a alma sempre acalma.

Eu sei que nem sempre os quero
e tantas vezes os corrompi
com aviltamentos tempestuosos,
que confrangem o que senti;
mas fui eu que os proliferei,
para colmatar tudo o que sou.
Tantas vezes pareço extemporânea,
querendo negar o que se afirmou...

Extemporânea quase sem sentir ao acordar,
que sou contemporânea apenas na forma de amar!


.
Cathy


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Escrevi este poema num outro blog que em tempos tive...Como já disse de outro texto aqui colocado e que havia tirado de lá também...Decidi trasncrever coisas que havia colocado no outro, e hoje, por saudade, amizade, liberdade de agarrar nas sombras que eu criei noutro lugar...Vim aqui depositá-las, partilhando as palavras que pensei, em momentos que...agarrei, e hoje são espelhos, de um tempo que existiu, e agora é apenas uma "foto" viva, dum vento que partiu...

Mito de Orfeu...e Miguel Torga...

Orfeu Rebelde

Orfeu rebelde, canto como sou:
Canto como um possesso
Que na casca do tempo, a canivete,
Gravasse a fúria de cada momento;
Canto, a ver se o meu canto compromete
A eternidade no meu sofrimento.

Outros, felizes, sejam rouxinóis...
Eu ergo a voz assim, num desafio:
Que o céu e a terra, pedras conjugadas
Do moinho cruel que me tritura,
Saibam que há gritos como há nortadas,
Violências famintas de ternura.

Bicho instintivo que adivinha a morte
No corpo dum poeta que a recusa,
Canto como quem usa
Os versos em legítima defesa.
Canto, sem perguntar à Musa
Se o canto é de terror ou de beleza.


Miguel Torga, «Antologia Poética». Lisboa, Publicações Dom Quixote, 5.ª ed., 1999.

"Um mito querido de Torga é o do Orfeu.Orfeu era o filho da musa Calíope e do rei da Tárcia, segundo uns; segundo outros, de Clio e Apolo. Era um cantor, um músico maravilhoso. Os sons da sua lira domavam as feras, que se deitavam a seus pés. Tendo sua mulher Eurídice sido mordida mortalmente por uma serpente, Orfeu desceu aos infernos, habitação dos mortos, para a ir buscar. Com a doçura do seu canto, obteve das dinvindades infernais a permissão, com a condição de não se voltar para trás enquanto não houvesse transposto os limites das sombras do inferno. Tal não aconteceu e Orfeu nunca mais voltou a ver Eurídice.

Miguel Torga reutiliza muitos mitos gregos tirando partido do seu significado e aplicando-os quer a si que à sua terra. No caso do mito de Orfeu, destaca a rebeldia de quem não aceita os limites que lhe são impostos.
Como poeta, considera-se chamado à suprema missão de gritar a sua solidariedade humanista com todos os homens, sobretudo os que são mais abandonados, e lancar-lhes na alma a chama da esperança. Por isso, intitulou Orfeu Rebelde um dos seus melhores livros de poesia."


Transcrevi o poema e o comentário que havia lido num dos livros que tenho e de vez em quando decido reler... Perguntarão vocês qual a minha ideia ao faze-lo; transcrevendo um poema, quando na verdade nem sempre é uma forma muito fácil de transmitir algo às outras pessoas, mas vejamos bem nos versos deste poema, a revolta de quem o escreveu. É evidente o humanismo que sabemos que era característico de Miguel torga. Sobressai à vista o revolucionário que era e chama a atenção para isso; para limites impostos e que nem sempre são cumpridos.

"Outros, felizes, sejam rouxinóis...
Eu ergo a voz assim, num desafio:
Que o céu e a terra, pedras conjugadas
Do moinho cruel que me tritura,
Saibam que há gritos como há nortadas,
Violências famintas de ternura."

Uma voz erguida em favor de todos nós. Por nós e para nós!

Cathy

O Que é o Tempo?...

by: DeepSpace

Tempo...
Pedaços de gente no ar
que voam com o vento
sem caminho nem lugar...
Apenas vagueiam perdidos
esses pedaços esquecidos...
Outros...São recolhidos
Do mundo que acabou
Mas sobrevoa o que ficou
Como uma nuvem carregada
Que precisa ser libertada
De tudo aquilo que não passou.
Tempo...
Momento que não existe
(Existirás agora?)
Sombra que não tem forma
Silêncio que tem voz;
Chuva que não tem água;
Vazio cheio de tudo e de nós...

Existitu para sabermos que havia,
Um tempo que qualquer um sabia,
Não saber o que era, ou o que seria
E que hoje é apenas...Poesia...



(O poema é meu...a foto foi o meu m0reno a tirar..Beijos pra ti Luis.
Ah...para os interessados cliquem no titulo d poema e descobrirão as fotos LINDAS que ele tem.)

Cathy

Silencio que fala...

Havia um silêncio no ar
Que falava sem parar
De ti e de mim e do luar...
Tudo o que amei contigo
E tudo o que ainda vou amar
Sob a luz duma lua
que não é minha nem tua
é nossa e será como o amor...
Sem tamanho definido
Como um caminho estendido
na direcção do que for escolhido...

O Silêncio da tua voz cantava
palavras que eu amava
naquele momento infindável
em mim perfeitamente memorável.

havia no ar um ruído
Que fazia silêncio devagar
enquanto és o meu corpo despido
e eu sou o teu... a te amar.
Sob a luz duma perfeita escuridão
Minha, tua, nossa...Imposta;
pelo momento vazio de solidão
Repleto de olhares com uma resposta...
Dada pelo espaço do que foi deixado
Entre o teu e o meu olhar que não cala
Aquele nosso silêncio que fala...

.
Cathy

quarta-feira, março 23, 2005

Receita Incompleta...do Poeta.

Pensamentos
papel, caneta e sentimento...
São os ingredientes que uso
Nesta receita incompleta
Que dirá de mim, sem abuso,
Como os misturar, para ser poeta.

Pega-se no papel com carinho
Agarrando na caneta devagar,
Como se fosse o mundo
E não o pudessemos quebrar...
Debruça-se então o pensamento
No sentimento que se vai retratar.

.

Agora é possível moldar
As palaras antes de usar
Derramadas na folha parada
Que pela caneta é manchada
Retratando um sentimento
Ardendo dentro do pensamento.

Finalmente podemos ler;
Aquilo que fizemos nascer
Dumas mãos que arriscaram
experimentar a receita incompleta
Duma pessoa cheia de Sonhos
E que mais um era ser poeta.


Cathy

Trevo de Quatro Folhas

Hoje elas fluem como água
Fluindo num rio que caminha...
Para onde?
Não se sabe e pouco importa
o rumo dos versos que escrevo
Porque são apenas o caminho
Das quatro flhas deste trevo...

Achei-o não sei quando
não sei porque razão...
Sei que hoje tenho-o aqui
guardo-o acima de tudo...no coração.
Porque é lá que se planta
tudo o que tem valor
Por isso magoa perder
por isso se fala em dor...
Que vive quando morre
O que se planta com amor
e depois murcha e se vai
tudo o que se tinha e cái
no chão de qualquer coração...
apodrecendo devagar ali,
definhando, magoando sem fim...

Hoje elas caem como chuva
Caindo sobre a terra seca...
Onde?
Eu sei...mas que importa?
Apenas é preciso saber
que a tristeza ficou à porta
e agora tenho a quarta folha a crescer

Cathy


Corações Encaixados.

Vem dar-me a tua mão que hoje o amor vive no meu peito em chamas, que arde por ser teu, que vive desde que te conheceu...
Abraça-me nesse teu abraço aconchegante, cheio do mar e do céu que não tem fim...que é exactamente tudo o que ele me dá, quando te dás a mim...
Deixa ficar sobre mim esse teu olhar bonito...que me penetra sem falar, a pele que se arrepia por olhá-lo no fundo, e ver tudo o que dizes num segundo...Esse olhar da cor da terra, que nos suporta e a mim abriu a porta...do teu sorriso...do teu carinho que tanto preciso, da tua delicadeza quando existe em mim alguma incerteza.
Vem...Dá-me a tua mão porque hoje eu sou o sol que brilha sobre este papel, que aceita as minhas letras como se fossem mel, caído na colmeia mais recheada, que transborda por essa gota acrescentada...e derrama agora mel descontrolada.
Porque se não ma deres...a minha mão será fechada e numa mais será encontrada. E se não vieres eu ficarei perdida na estrada...e se não souberes vir eu ficarei sozinha e vou sumir...do nada donde surgiu a noite...do vazio donde veio a vida...ferida!
Porque preciso da tua mão forte segurando a minha...do teu corpo que quero ao lado do meu...assim espero...e da tua pessoa sozinha, que me vai abrindo o céu enquanto caminha...no mesmo sentido que eu.
Vem...Agora fiquemos apenas parados...
Sejamos eternamente namorados...
Eu Amo-te...
Amas-me?...Temos então os corações encaixados.

.
Cathy

Porquê Tudo Isto?

Porquê que chove no meu colo
E sinto um frio que me corta,
A pele que parece morta
E sinto Ninguém...bater à porta?

Na busca dum vazio completo
Cheio de tudo o que foi completado
nas lágrimas das tuas palavras
no meu coração o seu significado?

Porquê que a alma do que digo
É branca e implora pelo teu abrigo
Onde não sei porquê, quer viver
Onde não sei como...Ela vai crescer?

Porquê este poema de perguntas
Que sem resposta continua
e cobriria se continuasse
Todas as pedras da tua rua?
Perguntando de mil formas
Porquê existes e não estás aqui...
Sobre as pedras da minha rua
Que está esperando os teus pés
Subirem a estrada até a lua
E abraçar o meu corpo despido
Quando me entrego e sou tua
e o mundo ganha todo o sentido?


Cathy

terça-feira, março 22, 2005

Quero...Amor!

De ti... quero apenas
Tudo o que não tenha forma
nem feitio, nem contorno.
Nada que seja pedido
Nada obrigado a ter retorno
Tudo aquilo sem medida
que dá e recebe... Com a vida.

Tudo o que não se pode ver daqui
Da janela onde estão debruçados
Todos os olhos te vêm e a mim
E só nos meus os teus são encontrados.

.

Não quero o que se toca
e se guarda como recordação
Quero o que não se agarra
mas se "enterra" no coração...
Tudo o que voa sem asas
e brilha na escuridão
e cresce sem água e sol...
onde o invisivel tem razão...

Quero o que se alimenta de olhares sem pudor
e se renova cada vez que se sente nos olhos...a palavra amor.

Cathy

sábado, março 19, 2005

Tempo...O Que Será?

(1)

Pegamos na parte escura
Da voz que falou e disse:
- Sou o momento que perdura,
Entre o que era e existe…
E demos a mão a nada
Que dançava à nossa frente
E a cada passo desvendava
O segredo do que é e está ausente.

Não era nem é mais
Que um suspiro delicado
Que é o futuro nascendo
Do agora que é passado…

Então olhamos a parte clara
Do olhar que se abriu
E brilhando declarou:
- Sou o tempo e não sou!
Porque existi e não existo
No agora que acabou
Nas mãos do nada fugidio
Que foi e veio…como o frio.

Não é, nem nunca será presente
O tempo é futuro e passado crescente…

Cathy

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(2)
Não sei como começar…
Pois o tempo é cinza
É alguma poeira no ar…
Que existe pousado
Que vive revoltado
Voa quando revirado
Pelas mãos do invisível
Que é apenas o passado.

Não sei se me explico
Pois o tempo é e não é
Aquilo que tenho agora
E não tenho já…Pois é!

E então como vou explicar?
Se o tempo é uma mistura
Cinzenta ou colorida
Como o bem e o mal
Como a morte e a vida
Existindo da ferida
Dum segundo que escapa
Fugindo da eterna despedida…

Daquele tempo continuo
Do que foi continuado
Porque só existe amanhã e ontem
O hoje é apenas passado…


Cathy

sábado, março 05, 2005

O Olhar

O olhar...
Palavras no vento lançadas
na direcção de nada...
Na esperança de serem achadas
como brancura imaculada
dum segredo qualquer
Vivo no coração da gente
e que sai, haja o que houver
seja ou não, timidamente.

O olhar...
Apenas o olhar...
Forma silênciosa de falar
consegue ir além da palavra
que às vezes doi pronunciar...
Por isso existe essa maneira
simples e completa de dizer:
- Eu estou aqui dentro,
e quero sair para viver.

Pode ser sombra
Pode ser claridade
Pode ser transparente
pode trazer curiosidade
Mas vive da verdade.

O olhar...
Rio que nos separa
Ponte que nos liga e ampara
no frio gélido de um abraço
perdido naquele espaço
Longinquo entre palavras
mas perto do coração
tão perto que (ou)Vi agora:
- Anda comigo, da-me a mão.



Cathy

quarta-feira, março 02, 2005

Paixão Excitante

Naquela hora, só uma coisa sabia... O prazer de estar contigo me possuia... Além do teu corpo dentro do meu, que devagar e depressa entrava e saia, como se o tempo não andasse e únidos ali... apenas um corpo existia.
As mãos entrelaçadas, com dedos que se apertavam, como se segurassem o mundo com a força de tudo...para que ele ficassem ali... connosco e sem fim.
Agarrados, molhados, passeavam na pele um do outro, encontrando na carne que nos constitui, o prazer imenso que nos possui... por instantes fomos um só... por segundos demos um nó... As minhas pernas envoltas no teu corpo, as tuas mãos cercando-me com força; a tua boca no meu pescoço e... tu ali... dentro de mim.


O suor escorria nas minhas costas, e o teu olhar escorria desejoso no meu, de mais um beijo que aos poucos, novamente abria o caminho até ao céu...
A minha boca escorrega no teu corpo, molhado, deixado na cama pelo meu, ardendo ainda de desejo de ter-te..."morder-te"...
A respiração faz o ambiente ficar transpirado, com gotas de água pelo quarto espalhado...dominado...por mim? Sim... por mim que te amei, por ti que desejei, por nós que fomos um só...Quantas vezes? Nem sei....
Só sei que no meio daqueles beijos que me ardem o pensamento agora... sinto arder a pele por te querer tocar e nao te ter aqui...segurando a minha perna no ar enquanto a tua lingua percorre o meu sexo sem parar...enquanto eu gemo de prazer...enquanto tu sentes comigo o calor aumentar....
Só consigo sentir agora, as tuas mãos que aqui não estão..percorrendo as minhas costas, deixando o meu perfume da tua mão...suando...de cor rosada...por estar sendo amada...
Amo-te, ao sabor desta sombra que me envolve agora o olhar, no cair desta tarde que perdida no ar, descobre o calor das cores cinzentas que a fazem noite cerrada, mas que a transforma em vermelho quente...na tua sombra desenhada.
Amo-te e desejo-te no calor desse vermelho que me faz...brasa ardente...ardente quando te beijo...Vermelha quando me entrego na tua entrega...e juntos levamos a paixão além da chama que arde forte... sem nunca deixa-la ser cinza, sem nunca a deixar-mos ser morte....

Cathy

domingo, fevereiro 27, 2005

As Vezes..

As vezes...
Apetece sair da vida e correr... correr sem fugir de nada, mas na esperança de não ser encontrada, seguir escondida... da vida.
As vezes... Meu Deus, não quero que me castigues, mas... apetece-me ser levada, pelo vento, como se fosse segurada pelos cabelos e jogada contra o tempo... sem hipótese de chorar, porque a dor não se manifesta, não há espaço para se magoar...
Apetece dar de caras com a morte, que assombra a minha mente, no sossego das noites sozinhas, suplicantes de palavras minhas, implorando que se soltem e sejam avezinhas... voando... sonhando... E apertar-lhe a mão; dar-lhe um abraço, dizer meio a medo: - morte, vieste cedo!.
Apetece tantas vezes... e muitas vezes sim... não passar do primeiro pensamento... Esquecer de tudo, seguir o instinto do momento mas... As vezes apetece pensar assim, contudo o que seria de mim e do mundo, se no primeiro instante em que pensasse te ter, ter-te sem pestanejar... Sem pensar em mais nada e sem tempo nem lugar, possuir-te ainda assim, dessa forma... inesperada?
E se quando quisesse morrer, morresse sem depois querer; presa dessa forma, ao medo de mim mesma, podendo agir, sem tempo da alma chegar ao coração e dizer: - Sim, tens de o fazer!
As vezes...
Apetece... como agora... não dizer mais nada e deitar-me completamente à deriva, sem saber se és tu que vou encontrar no sonhos vazios de luz, nesta noite que me seduz... por ser minha e ter... O silêncio contido desse teu olhar despido.

Cathy

Passos...

Primeiro foi um passo...
Que trazia medo, incerteza,
Que marcava timidamente
Pegadas de alegria e tristeza.
Foi um passo importante
Que trouxe mais que um beijo
Perdido em frente ao mar
Acolhido por duas almas
Refazendo sonhos no ar...

Encaixando o que deles havia;
Pedaços inteiros de fantasia
Outros incompletos com maresia...
Mas que juntos; um apenas seria.

Depois foi um passo...
Que trazia alegria, ansiedade
Que marcava definidamente
Pegadas concretas de felicidade.
Foi um grande passo...
Que trouxe mais que um desejo
Perdido por entre os lençois
Duma cama que conspirava
Na reconstrução de nós dois...

Reconstrução de sonhos desfeitos
De pedaços que cada um escolheu
Para que lado a lado
Nascesse o único sonho, meu e teu...

Agora é um passo...
Que traz esperança no olhar
Que marca definitivamente
Pegadas impossiveis de apagar
No coração da gente...
É um momento de amor
Que traz mais que a satisfação
Que sorrindo me dá a mão
duma forma meiga...doce
Enchendo de vida o meu coração.

Amanhã? Que importa?
Tenho comigo o passo passado,
O seguinte que foi guardado
Tenho o de hoje, já aqui marcado
Amanhã?... Será passado...


Cathy

sábado, fevereiro 26, 2005

Encontro...(Com a Lua?)

E eu deixei-me ficar ali...parada.

Achei que o tempo não vivia, porque no relógio o ponteiro não andava e apenas a noite crescia no meu olhar já escuro de natureza, vazio agora pela tristeza.
As folhas no chão não se moviam, porque não havia vento - não havia nada naquele momento - apenas o ar parado como se o mundo estivesse desorientado, na busca do seu lugar.
Passos...
O meu peito bateu de repente... O olhar moveu-se de dentro e cá fora espalhou-se pela rua e... eis que nasce o desalento - era apenas a lua .


- Que desilusão! - Disse, em forma de descontentamento.
Então a lua sentou-se, no meio das estrelas, deixou-se olhar para mim e disse:
- Desilusão? Porque choras tu, debaixo do céu estrelado? Porque caminhas esse olhar sozinho, neste frio do caminho?
Quis responder, mas eu não encontrei palavras, entao...
- Que horas são? O meu relógio está parado.
A lua deu uma gargalhada e disse:
- Mais valia que o tivesses perdido, que estares aí a ele agarrada, como se fosse preciso relógio para marcar as horas do momento em que chegará o que procuras.
- Mas... - Quis interromper e não consegui.
- Devias apenas pegar no teu corpo e caminhar até à luz. A única que te ilumina, aquela que te seduz. Largar esse relógio que o tempo reduz e marcar com sorrisos os espaços que ele traduz. Olhar de fora aquilo que escondes aí dentro e não perder um minuto desse teu sentimento.
Que encontro inesperado. A lua, eu e... tudo o que até hoje tenho procurado.
Uma sombra qualquer, que não passe de sombra porque apenas quero sentir; que não passe de cheiro, pois só o seu aroma, e que seja apenas aquela sombra sem tempo, que se deite em mim e se demore no meu sentimento.
- Lua. Eu só tenho o relógio para disfarçar... fingir que existe tempo para marcar. Mas sei que o tempo, para aquilo que procuro, não se mede com relógio... este apenas da-me segurança.
- Segurança? - Perguntou a lua.
- Sim... para não esquecer que tenho que levantar o meu corpo e caminhar, esquecer que mais um dia passou e olhei, e o meu olhar não encontrou, o que todos os dias vê, mas nunca minha "mão" tocou. É preciso marcar o limite da minha espera, senão a vida passa e eu serei Era... a planta que cobre o chão, mas que infelizmente apenas cobrirá solidão.
Passos...
- Perdi o relógio.
E a lua disse:
- Não faz mal. Guia-te pelo coração.
Cathy

quarta-feira, fevereiro 23, 2005

Instrumento dos Poetas

«"Muito tarde aprendi os limites da palavra. Alguns pensam que os seus argumentos, pela sua clareza e lógica, são capazes de convencer. Levou tempo para que eu compreendesse que o que convence não é a "letra" do que falamos - é a "música" que se ouve nos interstícios de nossa fala. A razão só entende a letra. Mas a alma só ouve a música. O segredo da comunicação é a poesia. Porque poesia é precisamente isto: o uso das palavras para produzir música. O pianista usa o piano, o violeiro usa viola, o flautista usa flauta - o poeta usa a palavra".»

in: As Cores Do Crepúsculo A estética do envelhecer

Rubem Alves

Realmente este livro tocou em qualquer parte de mim que me deixa... Sem palavras não será a melhor expressão... mas com certeza, cheia delas, mas nenhuma definitiva; nenhuma representativa do significado que encontrei no livro e, tal como em certas músicas, depois da milésima vez, sempre há uma melhor interpretação do que se ouviu, no caso do livro, do que se leu.
Gostei particularmente do sentimento com que se percebe que este livro foi escrito. Adorei sem dúvida tudo o que ele abordou e... Por isso trago sempre partes que vou relendo, e depois de relidas, melhor entendo e sinto vontade de partilhar.

"(...)A razão só entende a letra. Mas a alma só ouve a música. O segredo da comunicação é a poesia. Porque poesia é precisamente isto: o uso das palavras para produzir música. O pianista usa o piano, o violeiro usa viola, o flautista usa flauta - o poeta usa a palavra"."

Adorava ser poeta...fazer música com palavras... Descobrir em cada uma delas o segredo da comunicação e com isso ganhar a liberdade de entrar e sair... - Do teu coração-.

Cathy

Percebi, à Milésima Vez Que Ouvi

Há músicas que ouvimos e sentimos duma forma mais ou menos emocionada aquilo que ela diz…Mas isso depende muito do momento em que se lê…
Resolvi passar a letra duma música que… me enviaram um dia… quando…chovia!
Hoje, o sentido que ela me deixa perceber, da pessoa que ma mandou, e daquilo que quis dizer, é bem diferente do sentido que dei na altura.
Hoje percebo melhor; hoje tenho certeza do quanto esta música mexeu, na pessoa que escolheu-a como “demonstrativa” do que sentia.
Na altura recebi, ouvi, mas não dei o valor que hoje dou, às palavras que uma simples canção, pode dizer de nós e dos outros… Não percebi quantas lágrimas esta música tinha feito nascer, no olhar da pessoa que me disse: “É assim que me estou a sentir”…Hoje… após muitos momentos em que a ouvi… acho que percebo na perfeição a mensagem que ela quer passar… a única que foi preciso algum tempo para eu no lado de dentro do meu coração a pudesse, sem dúvidas, interpretar.

Lados Errados

Largaram-me a mil metros do chão
Largaram-me, porque me agarrei
Numa alucinação de vida
Que me enchia o coração
E que agora vejo perdida…
Num cair que já não sei…

Largaram-me a mil metros do chão
Reparo o sol que se afasta no ar
Rasgo o caminho onde o vento dormia
Adormeço sentidos no meu furacão
Enquanto sol anuncia ao dia
Sinto o meu corpo; desamparado, deslizar…

Perdi-te do lado errado do coração…
Perdi-te do lado errado do coração…
Mas és tu o meu chão
És tu o meu chão
És tu o meu chão
És tu o meu chão

Enquanto caía a terra rachou
Eu via a queda ainda mais funda
Ao meu lado passava tudo o que passei
Comigo a miragem que nada mudou
Do voo rasante que nem começou
Do tempo apressado, que nem reparei

Sinto os meus gestos flutuar, devagar
No último segredo antes do ódio
Á minha frente um filme de aves sem voz
Quando as ouvi resolvi gostar
Quando as senti fiquei amar
Ter tentado subir, ao cimo de nós

Amei-te do lado errado do coração
Amei-te do lado errado do coração
Mas és tu meu chão
És tu o meu chão
És tu o meu chão
És tu o meu chão


Não sei ao que chamam, lados do coração
Não sei ao que chamam lados do coração…
És tu o meu chão
És tu o meu chão
És tu o meu chão
(Toranja)




Apesar de tudo, gosto da música e em partes dela consigo rever histórias...Cada um pode interpretar à sua maneira, palavras que não foram escritas para serem entendidas por uma só pessoa. Só espero, muito sinceramente, que a pessoa que sentia ter perdido o chão... que hoje já o tenha encontrado... Não o mesmo chão...Esse, passou...Espero eu.
Eu não me importo de ser chão...Porque chão é um lugar de apoio...é uma forma segura de não deixar o outro cair além do que nos sustenta... Chão é firme... é seguro... Chão é... "amor que se dá no escuro".
Eu quero ser o teu chão... Sempre.
Cathy

Por Isso Pesava Tanto...Viver


Um corpo deixou-se cair na praia... onde a luz que havia brilhado durante o dia, ficava agora longe; no horizonte que já partia... numa sombra que nascia, por trás dos olhos do corpo que a acolhia.
Então acendeu-se a lua naquele céu... enorme... imenso... guande demais para aquele corpo; pequeno demais para aquele momento. Mas tudo era único, tudo era... (não sei o que dizer agora...).
Sinceramente... deixei o corpo na praia e vim esconder-me aqui. Nesta folha que não acaba; nestas letras que não me deixam calada; nesta noite que não me adormece, numa música que não se esquece...
Quero... Por favor... eu quero ficar na sombra do luar. Na luz prateada do meu pensamento, que derrama reflexo sobre o mar... estendido à minha volta como se eu fosse ilha e estivesse a chorar; derramando lava salgada para eu própria não afundar, nas águas que me cercam... nas águas que constantemente me estão a abraçar.
Foi aqui que voltei atrás... Fui à praia e trouxe comigo, o corpo que tinha ficado perdido. Olhei-o, e observei as suas feridas e percebi... Não era o corpo que trazia...mas a alma que nele existia.
Por isso pesava tanto... Por isso não tinha sombra e atrás de mim, só havia o reflexo de mim mesma procurando companhia, naquele "corpo" que trazia e que agora sei... Era uma alma "vazia".
Por isso pesava tato, aquela alma que nada tinha; aquele vulto sem sombra... com um corpo que se perdeu, numa praia que, para sempre, escureceu.
E eu pensava que, estando "cheia", uma alma pesaria muito mais, que uma vazia que nada trás.
Pensava ainda que era eu, o peso mais difícil depegar, visto ser corpo e alma, com tanta coisa, por onde se debruçar e afinal... Percebi que pesadas são as almas vazias, que nada tem e são sozinhas. E nem sombra podem ter, porque nada guardaram, nada as fez viver... Bem, mal...que seja...mas viver; duma vida que não importa, onde quer que vá dar aquela porta... Mas que exista porque é na sua existência, que se acha todas as formas de encher a alma, que precisa ser leve, para voar e ser feliz... Para crescer e ser transportanda, além daquele horizonte que parte, naquele praia, que apenas verá um novo sol nascente... Se houver vida, na alma que a cada corpo é inerente.


(li e reli várias vezes as minhas próprias palavras, antes de aqui as deixar, e... Senti-me "nua"... Por isso acrescento... "Quero... Por favor... ficar na sombra da lua".)


P.S: Nós... Somos a "alma" que escrevo com a minha voz... Que canto com a minha caneta e que preencho com os vossos olhos.
Cathy