segunda-feira, novembro 07, 2005

Senti

Senti uma culpa doer
como se vivesse sozinha
isolada do meu coração
sem sonhos, sem comer
morta de mim, com sede de viver.

Parti o meu espírito
e em pedaços joguei-os no mar
vi sonhos flutuando
desejos se afogando
e uma alegria, agora só e triste...


Eu serei quem não existe?
Adeus então a mim...
Amiga, companheira sem vida
sonhadora fracassada
navegante em si própria naufragada.

Sinto uma culpa presente
de algo que não fiz,
de algo que me dói e se sente
no sorriso triste que te dou
porque para ti ele não mente!

Caty

...

Apetece-me sair de mim
das lágrimas que caem
andar à chuva para me molhar
andar ao escuro para estar perdida
realmente com medo de tudo
com razões para morrer
com certeza que poderia acontecer!
Desiludir a lua prateada.
Iludir o sol, dizer que fui amada.
Correr uma praia inteira
e no fim cair despida,
deixar a noite me encontrar...
Começar subindo na madrugada,
acabar descendo na alvorada...
Apetece-me entrar em mim
nas lágrimas que engulo
percorrer as partes sorridentes
dos momentos felizes, passados,
dos instantes secos e molhados.
Andar perdida comigo
e realmente abraçar-me por dentro
com vontade de me acarinhar;
iludir-me dum sentimento
que queria chegado e não pedido
correr até o fim do meu corpo
e quando lá chegasse parar sorrindo
e descobrir que estava triste
mas tudo era sonho...Estava só dormindo!


Caty

Eu consigo ver o teu olhar
aí, onde o queres esconder
atrás desse teu ser afável
que me quer longe agora
onde me sinto desprezável...
Consigo ver-te e sentir-te
perceber que me perdi
dentro do que achei que vi
mas continua flutuando
continua visível...
E eu continuo te amando
vendo a distância crescer
vendo longe de ti o amanhecer
e as luas que vou derreter
para conseguir pratear-me;
tentando no teu olhar encontrar-me...
Caty