sábado, outubro 29, 2005


Por ti eu fui capaz...
De caminhar largada do medo
agarrada a uma esperança
a uma alegria de papel
uma felicidade rascunhada
encontrada nos meus encantos
de pessoa sozinha...inventada
pela força dum desejo
agarrada a uma certeza
a uma pessoa que já não vejo
um alguém fantasiado
encontrado nos meus recantos...


Cathy

sexta-feira, outubro 28, 2005

Quem me vê?

Há quem sorria sem alegria
Quando há noite no olhar
e os abraços não existem
nem há estrelas nem luar.
E os rios nascem e secam
e as aves vão e veêm
e o meu sorriso permanece
imóvel e frio
um sorriso que não aquece...
um sorriso que ninguém viu!


Cathy

terça-feira, outubro 11, 2005

Como Seria?

O que farias se me olhasses,
do lado de dentro do que sou
palavra por palavra
daquilo que me constroi
que me ergue e me sustenta?

Como verias o meu olhar
se o visses por dentro dos meus olhos
e visses o que vejo também
quando chove ou faz sol
quando a água vai e quando vem?

Como seria o teu sorriso
se por dentro do meu peito
o teu peito conseguisses sentir
a alegria ou tristeza que sinto
quando a vejo chegar ou partir?

Como seria eu se soubesse
tudo o que se passa em ti
e o teu olhar um dia visse
tudo o que se passa em mim?

Cathy

quarta-feira, outubro 05, 2005

Momentos magoados


Deitei a cabeça sobre o mar
E desisti de ti
Desisti de te procurar
Procurar “alguém impossível”
Que se chama e não vem…
Que se tem mas que foge
Que se ama mas parece invisível
E paredes de aço quando chove
E tectos de vidro que não parte
Porque o meu mundo cai
Volta e meia fica devastado
E o teu tecto se mantém envidraçado…
E as janelas que estão abertas
Tem espinhos na vidraça
E eu entro desesperada
E lá dentro sangro amordaçada
Num grito sem voz
Que engulo com água salgada
Que cai no meio de nós
Mas só eu fico molhada…



Cathy

segunda-feira, outubro 03, 2005

Inutilidades

Escrevo para nada e para ninguém
Um prazer que eu tenho e que alguém
Por nada, além do prazer, vai ler…
Vai molhar a boca nestas palavras
Inúteis para comer, mas vivas para o olhar
Capaz de saborear e recriar o sabor
Já que olhos não comem
Mas sentem o comer
Já que olho não saboreia
Mas lê o que a alma semeia…



Cathy



Tu que vives de mim
Alimentado pela minha paixão
Que acolhi sofregamente
Por dentro do meu coração
Como se não tivesse mais tempo
E o fim te pudesse levar
Apagando a vela consumida
Duma certeza ainda por achar…

Tu que não tens nome
Mas todos sabem quando existes
Umas vezes maior ou menor
Umas vezes feliz outras triste
Mas sempre único
E verdadeiro enquanto persiste…

Tu és a minha vida
Mesmo que a tua dependa de mim
E vives num beco sem saída
Procurando o inicio em cada fim
Umas vezes ganhas a batalha
Outras ficas despedaçado
Procurando pedaços espalhados
Em mim ou em qualquer lado…

Porque é assim a nossa vida…

Tu correndo dentro de mim
Crescendo, daquilo que me sustenta
Eu vivendo por ti
Correndo atrás do que me alimenta…

Porque a vida é assim…


Cathy