sábado, março 19, 2005

Tempo...O Que Será?

(1)

Pegamos na parte escura
Da voz que falou e disse:
- Sou o momento que perdura,
Entre o que era e existe…
E demos a mão a nada
Que dançava à nossa frente
E a cada passo desvendava
O segredo do que é e está ausente.

Não era nem é mais
Que um suspiro delicado
Que é o futuro nascendo
Do agora que é passado…

Então olhamos a parte clara
Do olhar que se abriu
E brilhando declarou:
- Sou o tempo e não sou!
Porque existi e não existo
No agora que acabou
Nas mãos do nada fugidio
Que foi e veio…como o frio.

Não é, nem nunca será presente
O tempo é futuro e passado crescente…

Cathy

----------------------------------------------------------------------------------------------
(2)
Não sei como começar…
Pois o tempo é cinza
É alguma poeira no ar…
Que existe pousado
Que vive revoltado
Voa quando revirado
Pelas mãos do invisível
Que é apenas o passado.

Não sei se me explico
Pois o tempo é e não é
Aquilo que tenho agora
E não tenho já…Pois é!

E então como vou explicar?
Se o tempo é uma mistura
Cinzenta ou colorida
Como o bem e o mal
Como a morte e a vida
Existindo da ferida
Dum segundo que escapa
Fugindo da eterna despedida…

Daquele tempo continuo
Do que foi continuado
Porque só existe amanhã e ontem
O hoje é apenas passado…


Cathy

sábado, março 05, 2005

O Olhar

O olhar...
Palavras no vento lançadas
na direcção de nada...
Na esperança de serem achadas
como brancura imaculada
dum segredo qualquer
Vivo no coração da gente
e que sai, haja o que houver
seja ou não, timidamente.

O olhar...
Apenas o olhar...
Forma silênciosa de falar
consegue ir além da palavra
que às vezes doi pronunciar...
Por isso existe essa maneira
simples e completa de dizer:
- Eu estou aqui dentro,
e quero sair para viver.

Pode ser sombra
Pode ser claridade
Pode ser transparente
pode trazer curiosidade
Mas vive da verdade.

O olhar...
Rio que nos separa
Ponte que nos liga e ampara
no frio gélido de um abraço
perdido naquele espaço
Longinquo entre palavras
mas perto do coração
tão perto que (ou)Vi agora:
- Anda comigo, da-me a mão.



Cathy

quarta-feira, março 02, 2005

Paixão Excitante

Naquela hora, só uma coisa sabia... O prazer de estar contigo me possuia... Além do teu corpo dentro do meu, que devagar e depressa entrava e saia, como se o tempo não andasse e únidos ali... apenas um corpo existia.
As mãos entrelaçadas, com dedos que se apertavam, como se segurassem o mundo com a força de tudo...para que ele ficassem ali... connosco e sem fim.
Agarrados, molhados, passeavam na pele um do outro, encontrando na carne que nos constitui, o prazer imenso que nos possui... por instantes fomos um só... por segundos demos um nó... As minhas pernas envoltas no teu corpo, as tuas mãos cercando-me com força; a tua boca no meu pescoço e... tu ali... dentro de mim.


O suor escorria nas minhas costas, e o teu olhar escorria desejoso no meu, de mais um beijo que aos poucos, novamente abria o caminho até ao céu...
A minha boca escorrega no teu corpo, molhado, deixado na cama pelo meu, ardendo ainda de desejo de ter-te..."morder-te"...
A respiração faz o ambiente ficar transpirado, com gotas de água pelo quarto espalhado...dominado...por mim? Sim... por mim que te amei, por ti que desejei, por nós que fomos um só...Quantas vezes? Nem sei....
Só sei que no meio daqueles beijos que me ardem o pensamento agora... sinto arder a pele por te querer tocar e nao te ter aqui...segurando a minha perna no ar enquanto a tua lingua percorre o meu sexo sem parar...enquanto eu gemo de prazer...enquanto tu sentes comigo o calor aumentar....
Só consigo sentir agora, as tuas mãos que aqui não estão..percorrendo as minhas costas, deixando o meu perfume da tua mão...suando...de cor rosada...por estar sendo amada...
Amo-te, ao sabor desta sombra que me envolve agora o olhar, no cair desta tarde que perdida no ar, descobre o calor das cores cinzentas que a fazem noite cerrada, mas que a transforma em vermelho quente...na tua sombra desenhada.
Amo-te e desejo-te no calor desse vermelho que me faz...brasa ardente...ardente quando te beijo...Vermelha quando me entrego na tua entrega...e juntos levamos a paixão além da chama que arde forte... sem nunca deixa-la ser cinza, sem nunca a deixar-mos ser morte....

Cathy