domingo, fevereiro 20, 2005

Poeira

Conforme a tarde caía, fui percebendo o tom das cores a mudar... A tarde ficou escura, fez-se noite sem eu esperar.
E do meio de nada, surgiu uma vontade perdida... impensada... completamente descontrolada, de estar sozinha e chorar...
Não sei explicar, porque chove agora no meu jardim. Se por dor e tristeza de estar frio e sozinho; se por alegria e contentamento de... Não sei quê neste momento.
Só sei que a poeira do tempo entrou no meu olhar e cobriu-o de sombra, de trevas sem luar. De palavras vazias, que fazem eco e magoam... De músicas sem som, que se repetem; histórias que já foram e regressam e acabam... Enquanto o tempo sopra o vento que me entope de poeira e depois parte... Rindo-se da brincadeira.
Conforme a tarde crescia, a minha alegria entristecia... Ficou dormindo, embalada pelo teu olhar parado em qualquer lugar, mas que por ser belo, faz o meu se molhar.
E do meio de tudo, surgiu esta vontade precisa... pensada... completamente descontrolada de... escrever.
Não sei explicar porque chovia no meu jardim. Se por dor e tristeza de estar frio e sozinha; se por alegria e contentamento... desta tristeza ser só minha.
Só sei que a poeira do tempo é como a vida. Tem passado, presente e futuro.
O passado é este; o futuro é o agora e o presente... O presente não existe. Então... No presente eu sou triste.

Cathy

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